quarta-feira, 8 de maio de 2013

PELAS RUAS ANTIGAS DE RECIFE





Caminhando pelas ruas da cidade velha do Recife, pude perceber quantas igrejas barrocas há pela velha capital pernambucana. São muitas, e cada uma mais rica artisticamente que a outra. Nesta foto, a fachada da Igreja de N. Sra. da Conceição dos Militares, em que logo na entrada, no forro, vê-se a famosa pintura da Primeira Batalha dos Guararapes, mandada executar pelo governador José Cesar de Menezes em 1781.Os detalhes artísticos do forro da igreja são em estilo rococó, verdadeira obra de arte.A rua em que esta igreja está localizada é de muito movimento comercial, como se pode ver pela foto acima, com várias lojas de rede que se espalham pela cidade toda e até em outras capitais.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

VOLTANDO PARA CASA


Eram cinco e meia da da tarde quando Severino voltava da obra no bairro de Boa Viagem rumo à estação Shopping, próxima ao Aeroporto Internacional dos Guararapes, após um longo dia de trabalho na construção de mais um arranha-céu no litoral sul da cidade. Carregava consigo uma bolsa pesada com colher de pedreiro, esquadro, plumo e espátula mais a marmita vazia enrolada num pano de prato que sua mulher usou para manter a comida quente até a hora da boia.
-Um bilhete integração, por favor!, disse ele para a vendedora na cabine onde se comprava os bilhete.
-Fazia uns dez anos que Severino já não andava mais de ônibus por aquelas bandas do Recife, desde que os trilhos daquela ferrovia passaram a receber os trens metropolitanos que fazem a ligação entre o centro da cidade e o terminal Cajueiro Seco.
A viagem transcorreu normalmente entre a estação Shopping e Joana Bezerra, onde a maioria dos passageiros que seguiam naquele itinerário faziam a baldeação para a linha de Jaboatão ou Camaragibe. Até que Severino ouviu um aviso no alto-falante: -Atenção! Por motivos técnicos, este trem apresentou problemas e não seguirá viagem nos próximos quinze minutos. Solicitamos  aos passageiros que desembarquem e aguardem uma próxima composição que dará entrada na plataforma B ao lado.
Severino se levantou do assento onde estava e perguntou a uma passageira que estava perto dele:
-A senhora sabe se por aqui passa ônibus para Camaragibe?
-Ih, moço, não sei não. Acho que por aqui só passa ônibus para Cajueiro Seco, Piedade, etc. O senhor vai ter que ir mesmo até o centro e pegar um no terminal.
-Mas daqui até lá é um bom pedaço pra ir andando. E eu nem conheço o caminho direito.
-Olha, o senhor pode seguir reto por aquela rua ali e em dez minutos o senhor estará no centro, perto do terminal.
Severino achou aquilo um ultraje. Afinal era trabalhador e esperava que o transporte público da cidade lhe fosse muitíssimo útil, mas viu que certos imprevistos acontecem O fato é que não estava a fim de esperar tanto. Pôs-se a caminhar rumo ao centro a fim de tentar pegar um transporte para casa.
Uns quinze minutos de caminhada, finalmente chegou ao que parecia ser o terminal de ônibus de Recife, abarrotado de gente que esperava uma composição q ue aparentemente, não vinha fazia uns 10 minutos, devido à pane ocorrida na linha compartilhada pelos trens de Camaragibe e Cajueiro Seco. E agora? Onde achar o ônibus que o levaria para casa? Afinal, se acostumou a andar de metrô a tanto tempo que nem lembrava mais da dificuldade de ter que esperar ônibus no ponto, sequer procurar onde era um ponto para embarcar. E pior, nem sabia mais quanto custava a passagem. supunha que deveria ser quase o mesmo preço do ônibus: uns R$ 4,00. A essa altura, a bolsa de ferramentas de pedreiro lhe pesava uma tonelada. Nossa, como a sua casa ainda parecia tão distante!
-Raspa-raspa R$ 1,00!! Chip da Tim R$ 5,00, chip da Claro R$ 10,00, vai com bônus!, ouvia os camelôs gritando na rua, em busca de gente para comprar cartões de recarga para telefones celulares. Lembrou-se de ligar para sua mulher Elvira, para dizer que demoraria mais um pouco para chegar em csa por causa do problema na linha do metrô.
-Me dá um chip de R$ 5,00, da Claro.
Aproveitou para fazer a recarga, pois seu celular tinha ficado sem créditos. Nada melhor que poder a visar em casa, para que ninguém ficasse preocupado  com ele, demorando mais um pouco para chegar. Afinal, a periferia onde mora era perigosa, com uns rapazes meio estranhos rondando pelas esquinas à espreita de descuidados para roubar ou assaltar.
Severino se apressou em seguir rumo ao ponto onde havia uma placa dizendo: Camaragibe. Era ali o local onde pegaria seu ônibus para casa. Mas logo ficou sisudo ao saber que o ônibus seguiria por uma avenida alternativa devido a obras que a Prefeitura estava realizando naquele horário para melhorar a vida doas pessoas. Severino não se conteve:
-Mas que droga de vida! O pobre não tem sorte mesmo. Tudo que quero é chegar em casa, mas parece que vou acabar dormindo pela cidade, de tanta dificuldade de retornar. Meu Deus! Quer saber de uma coisa? Eu vou é de metrô mesmo, que já deve ter voltado ao normal e eu só pago R$ 4,25 e vai muito mais rápido. Sem pensar duas vezes, virou-se rumo ao portão da estação terminal da cidade e comprou um bilhete, vendo de longe que os trens haviam voltado a circular de novo, com centenas de pessoas saltando na plataforma de baldeação da capital. Botou sua bolsa de ferramentas nas costas e foi se arrastando para a roleta com o bilhete na mão, para encarar mais uma noite em casa, antes de voltar ao batente na manhã seguinte à seis, na obra do condomínio de luxo de Boa Viagem, que em três meses deveria estar estalando de novo.


NAS TERRAS GUARARAPES













FUI A RECIFE E APROVEITEI PARA CONHECER JOÃO PESSOA E SUAS BELEZAS NATURAIS. NOS DIAS EM QUE CAMINHEI PELAS RUAS DO RECIFE, OBSERVEI A ARTE BARROCA DAS IGREJAS E OS CASARÕES ANTIGOS DA CIDADE QUE FOI INFLUENCIADA PELOS HOLANDESES QUE A INVADIRAM NO COMEÇO DA HISTÓRIA DO PAÍS.